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Etanol protege usinas brasileiras de queda nos preços do açúcar, diz Apex-Brasil


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A produção de etanol está amenizando o efeito da queda dos preços mundiais de açúcar para as usinas do Brasil, apesar do setor poder ver uma nova consolidação, disse a agência de promoção de investimentos e comércio do país nesta quinta-feira.

Os preços globais do açúcar caíram para mínimas em 10 anos nesta semana, pressionados principalmente pelo aumento da produção da Índia, Tailândia e da União Europeia na temporada atual.

O Brasil, um dos maiores produtores de açúcar do mundo, tem lidado com o excedente direcionando mais cana-de-açúcar para a produção de etanol, que o presidente da agência Apex-Brasil, Roberto Jaguaribe, chamou de “fator estabilizador” para a indústria.

A atual política brasileira de combustíveis favorece o etanol e criou um ambiente em que as usinas podem se manter lucrativas e competitivas, ele disse.

Jaguaribe disse que as políticas anteriores causaram um certo “dano”, mas o setor –que for atingido por uma série de falências nos últimos anosagora tem “as condições econômicas certas” para lucrar.

“Nós estamos totalmente comprometidos com o etanol”, ele disse em uma coletiva de imprensa em Londres. “Nós não temos certeza sobre o açúcar, mas temos sobre o etanol”, ele disse, acrescentando que a agência não estava preocupada sobre o futuro da indústria de cana.

As vendas de etanol pelas usinas brasileiras aumentaram nesta temporada e atingiram uma máxima da série histórica para a segunda metade de agosto.

Jaguaribe disse que muitas usinas são muito eficientes agora, apesar de ter notado que a saúde geral da indústria continua “mista” e uma nova consolidação seja provável.

“Haverá algumas aquisições, provavelmente”, ele disse.

Os fracos preços do açúcar entre 2010 e 2014 causaram estragos na indústria brasileira, provocando o fechamento de dezenas de usinas e levando muitos outros a buscar proteção contra falência, um processo que está em andamento.

Ainda há também “impedimentos formidáveis” para a exportação de grandes volumes de etanol para o mercado global, disse Jaguaribe, o que poderia limitar o potencial de ganhos em dólar para usinas sem caixa e endividadas.

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